Quem acompanhou o Estadão hoje, se deparou com essa reportagem abaixo, sobre os cursos de tecnologia, eu como tecnólogo, e ver a luta diária de tecnólogos para se inserir no mercado de trabalho, não poderia ficar alheia a essa discussão.
Acompanhem essa reportagem, e no final eu falo mais a respeito.
Profissionais formados em cursos superiores tecnológicos - como os da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) - enfrentam dificuldades de acesso ao mercado de trabalho por não terem o título de bacharel. Apesar dos discursos favoráveis de governos e especialistas, empresas estatais, como Petrobras, Caixa Econômica Federal, Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), excluem os tecnólogos dos editais de concurso público.
A oferta de cursos superiores tecnológicos vem crescendo no País, em grande parte incentivada pelos governos federal e estaduais. Em apenas dois anos, de 2006 a 2008, o número de vagas desses cursos cresceu 45%, segundo os dados mais recentes do Censo da Educação Superior do Instituto de Pesquisas Educacionais (Inep). Os alunos da graduação tecnológica representam 10% do total de matriculados no ensino superior.
Um dos motivos da exclusão dos tecnólogos dos quadros de funcionários é a lentidão no processo de mudança de algumas companhias, acredita a professora de gestão de pessoas da Fundação Getúlio Vargas Anna Cherubina Scofano. "Temos alguns elefantes brancos que não se atualizam. Seria preciso mexer em práticas já institucionalizadas e fazer uma análise de mercado e dos cursos", afirma. "Mas grande parte do mercado aceita bem, porque dá enfoque para as competências."
Para o presidente do Sindicato dos Tecnólogos, Décio Moreira, a reserva de mercado de outras categorias também causa dificuldades aos formados. "A empregabilidade dos cursos é alta, mas a questão é o tipo de responsabilidade que nos deixam assumir. Um tecnólogo está completamente apto em sua área de formação, mas nem sempre isso é reconhecido", diz.
O coordenador de Ensino Superior do Centro Paula Souza (que mantém as Fatec), Angelo Luiz Cortelazzo, diz que a dificuldade com os órgãos de classe é natural. "Toda nova profissão tem dificuldade em se estabelecer. Isso vai melhorar com a ocupação dos espaços corporativos pelos tecnólogos." Ele acredita que uma postura mais correta das instituições de ensino também ajudaria a classe. "Às vezes são as próprias faculdades que fazem propaganda dos cursos de tecnologia como ?rapidinho?, dizem que você pode em seguida fazer uma graduação ?plena?", critica.
Defesa
A Petrobras informa que não aceita tecnólogos em seus processos seletivos porque "para a empresa, existem diferenças nos diplomas de graduação de ensino superior, seja quanto à carga horária, seja quanto à abrangência de atuação". "O currículo de bacharel atende à companhia, visto que contém disciplinas importantes para o exercício de atribuições na indústria do petróleo", diz a nota.
A Caixa Econômica Federal explicou que abre concursos para técnico bancário, para os quais não há exigência de curso superior, e para carreiras como advogado, arquiteto, engenheiro. Nesses casos, "exige-se diploma" e também o registro em órgão de classe.
A EMTU informou que define o perfil profissional mais adequado às suas necessidades de pessoal, conforme permite a legislação vigente. "A condição de gestora e não de operadora do sistema intermunicipal de transportes faz com que cargos de graduação superior com maior carga horária sejam mais adequados à natureza da empresa", afirma o texto enviado à reportagem. A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) informou estar aberta à contratação de tecnólogos no futuro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Infelizmente essa é uma realidade, mas que vem mudando, e há empresas públicas que aceitam tecnólogos umas inclusive discriminam o curso como pré-requisito de formação em seus editais.
Falando do tecnólogo em petróleo e gás agora, que é o foco do Unipeg, o mercado de trabalho mudou muito para o tecnólogo de p&g, nos últimos anos, hoje para vocês terem uma idéia, tecnólogos de petróleo e gás são aceitos para darem aulas em instituições públicas, isso mesmo, e quem é professor sabe, que isso é um passo pra lá de importante para o crescimento dessa classe.
Hoje instituições como o IFF e a FAETEC, abrem vagas para tecnólogos em petróleo e gás, isso sem contar a ANP que também aceita tecnólogos em seus concursos.
Infelizmente a Petrobras como vocês devem saber, ainda não aceita tecnólogos, algumas pessoas dizem que é pela facilidade de que eles tem em contratar engenheiros para realizar as mesmas funções, o que ao meu modo de ver chega a ser totalmente sem pé nem cabeça comparar o trabalho de um engenheiro com um tecnólogo, o que acaba criando uma rivalidade entre algumas pessoas, que além de ser desnecessária chega a ser ridícula.
Mas falando em Petrobras, há um tempo atrás, eu quando estava começando meu curso de tecnólogo de petróleo e gás, ouvi dos meus professores que a Petrobras não contratava tecnólogos por N motivos, e então resolvi perguntar a melhor "pessoa" sobre esta questão, a própria Petrobras. Na época eu sequer havia criado o Unipeg, e até cheguei a mandar minha pergunta para Petrobras para o Victor Alves do Tecnopeg.
E acreditem, a Petrobras me respondeu...
O que eu quero mostrar a vocês com isso, não é que somos execrados, que a Petrobras, ou qualquer outra empresa que feche as portas para nós, é retrógrada, ou o que quer que seja. O que eu quero mostrar com tudo isso é que nós tecnólogos estamos no Estadão, e a hora de fazermos nosso barulho, aparecer, e mostrar que temos plenas capacidades para trabalhar em qualquer empresa da cadeia produtiva de petróleo e gás natural.
Repassem isso para todos seus colegas, e o principal: Comentem no site do Estadão e mandem e-mails para a Petrobras indagando o porquê dela não aceitar a sua graduação nas seleções públicas dela.
Abaixo segue o link dos comentários da matéria do Estadão, e como vocês entram em contato com a Petrobras.
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Outro problema grave que enfrentamos, é que o CREA também discrimina os tecnólogos e não nos fornece registro, o que seria muito importante. Na minha faculdade, CET-FAESA - Vitória/ES, só temos o CRQ. Liguei para o CREA-ES e perguntei porque não posso requerer registro nesta instituição já que na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), em que o tecnólogo em petróleo e gás se enquadra na classe de Engenheiros de Minas e Afins, sob o código 2147-45, consta em seu item FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA que para exercer a profissão requer registro no CREA. Pelo CONFEA, estamos enquadrados no Grupo: Engenharia; Modalidade: Química e Nível: Tecnólogo, sob o código 142-08-00.
ResponderExcluirEles falaram assim: Há, esses cursos de 2.5 anos a gente não dá registro não.
Já mandei e-mails para o MEC, para o Ministério do Trabalho, para outros CREAs, indagando como o da Estácio do RJ é registrado e o meu com mesmo nome (Superior de Tecnologia em Petróleo e Gás), mesma carga horária e matérias semelhantes, além de autorizado pelo MEC não pode.
Espero que todos façam o mesmo, pois se conseguirmos, por direito, conforme o CBO, o registro no CREA será um grande avanço.
Abraços.
Rafael Machado Prado
rafamachadoprado@yahoo.com.br
Ola Sidney, so existe uma explicacao para a Petrobras e Crea discriminarem os Tecnologos em Petroleo e Gas: RESERVA DE MERCADO.
ResponderExcluirO simbolo acima eh do curso de Tecnologia em Petroleo e Gas do Uninorte-Lareate de Manaus - Amazonas.
A concepcao eh minha, temos representada a floresta, o oleo e o gas, o encontros dos rios negro e solimoes.
Abracos